Percebendo o que acontece comigo quando estou numa relação com o outro - Terapeuta de Casal
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Percebendo o que acontece comigo quando estou numa relação com o outro

Percebendo o que acontece comigo quando estou numa relação com o outro

por Karina Loureiro - CRP 05/48179

Em uma palestra recente que dei a um grupo abordei o tema Relacionamento Conjugal. A primeira pergunta que fiz foi a seguinte: o que essa imagem representa para vocês?

Os participantes responderam:

  • Parceria 
  • Confiança
  • Estamos juntos
  • O amor é uma decisão que renovamos todos os dias
  • Cumplicidade
  • União

Porém, antes de estar com o outro enquanto casal, eu sou um, trago a minha história, meus valores, meus sonhos, minhas crenças. Gostaria de convidar você, caro leitor, a fazer as seguintes reflexões:

  • Quem sou?
  • Quais são os meus valores?
  • Que sonhos cultivo?
  • O que trago de herança?
  • Quais as minhas crenças sobre relacionamento?

Ao fazê-lo, faça com carinho, acolhendo quem você é, como nesta foto.

No livro A raiz da rejeição, Joyce Meyer fala que, na relação com o outro, muitas vezes surge o medo de ser rejeitado(a). A partir dessa premissa, a autora cita alguns padrões de proteção.

O primeiro deles seria os votos. Votos são frases que falamos para nós mesmos, que usamos muitas vezes para nos encorajar a enfrentar algumas situações. Eis alguns exemplos: 

"Não vou mais sofrer".

"Não vou mais permitir que me machuquem".

"Não vou mais me doar para ninguém".

"Não vou baixar a minha guarda".

"Não vou ficar refém".

Esses são alguns exemplos de votos que podemos fazer, que ficam gravados em nossa mente e que, num momento de estresse do relacionamento, podem surgir automaticamente.

O segundo padrão seria os fingimentos. Algumas pessoas, quando são machucadas, dizem: "Não se preocupe. Eu não ligo para isso". O objetivo desses fingimentos é não mostrar para o outro a nossa fragilidade.

O terceiro padrão é a autodefesa, quando estabelecemos várias regras, por exemplo: "Só dá certo namorar comigo se for do meu jeito". Estabelecemos muitas regras para não nos sentirmos novamente rejeitados.

O quarto padrão é a defesa verbal, que significa ter a resposta na ponta da língua, não levar desaforos para casa, sem antes filtrar e avaliar o que o outro estava querendo comunicar e saber se, para aquela informação, caberia de fato uma resposta.

O quinto padrão é a compra de proteção, sendo sempre muito bom, generoso e atento ao outro, acreditando que, agindo assim, não haverá rejeição do outro.

Esses cinco padrões criam a ilusão de que se pode fazer algo para não ser rejeitado.

A consciência de si é muito importante quando estamos numa relação com outro. E, quando vamos ao encontro do outro, também poderíamos fazer as mesmas perguntas:

  • Quem ele/ela é?
  • Quais são os seus valores?
  • Que sonhos cultiva?
  • O que traz de herança?
  • Quais as suas crenças sobre relacionamento?

Enxergar a si e enxergar o outro é fundamental para a saúde da relação. É preciso perceber que somos únicos e que preservar a nossa individualidade faz com que estejamos inteiros na relação, e não somente pela metade.

Afinal, uma boa relação gera melhor qualidade de vida!

Karina Loureiro

Psicóloga. Terapeuta Individual, de Casal e Família.

Atuo com o referencial da Gestalt-Terapia e da Abordagem Sistêmica. Ajudo indivíduos, casais e famílias a superarem os desafios ao longo do ciclo de vida.

Na terapia individual trabalho principalmente com demandas de autoconhecimento, ansiedade e relacionamentos.

Na terapia de casal e família trabalho ajudando os casais e famílias a se reconectarem e a viver de forma mais saudável.

Também atuo para promover uma melhor qualidade de vida em casos de separação.